REENCONTRO COM O TEMPO
O homem, em seu caminhar no tempo, a buscar crescimento e a desvendar novos horizontes, não pode esquecer aquilo que passou, o tempo que foi antes dele e de sua presença neste mundo, sob pena de tornar-se um viajante perdido, sem rumo, sem objetivo, sem ideal.
Por que dizemos isto? Porque, se avançamos no tempo sem colher as lições que os passados nos deixaram, corremos o risco, sempre presente, de cometer as mesmas faltas e buscar os mesmos desvios, fugindo da estrada iluminada que leva ao verdadeiro crescimento interior.
O homem não dispõe de tempo, em sua vida presente, para refazer, por si mesmo, e reconstituir toda a experiência daqueles que aqui estiveram antes dele. Esta verdade impõe um principio a ser observado e um modo de vida a ser seguido: olhar sempre para o que passou, não em nossa única vida, mas nas vidas daqueles que nos precederam. Colher, dessa observação, exemplos e lições, para que não se incida nos mesmos descaminhos.
Isto vale para a vida privada, pessoal, de cada um, como igualmente vale, e de forma especialíssima, para a vida dos povos e das comunidades. Os governantes que nos precederam deixaram exemplos positivos ou menos positivos. Apenas louva-los ou critica-los, não é suficiente. Importa reencontra-los no tempo, aurir suas lições, as lições de suas vidas, pelo conhecimento exato de suas atitudes, de suas opções, e daquilo que daí resultou.
Este é o reencontro com o tempo, onde conhecemos outros homens, outros seres que nos precederam, que nos legaram exemplos e lições que podem ser úteis à direção de nosso caminhar. Os maiores louvores que podemos endereçar a alguém que já passou é justamente a observação de sua vida, de sua obra, e a complementação possível daquilo que foi feito. Ou, para os exemplos menos positivos, deve ser um consolo no plano espiritual, para quem erros cometeu, registrar em sua historia o fato de que suas faltas serviram para orientar alguém no próprio caminho do crescimento.
Dom Saul
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