RELEMBRANDO A HISTÓRIA

06.01.1449 – FESTA DA EPIFANIA


Nesta data, foi consagrado o Megas Basileus, Basileus Basilion e Autokrator, na Igreja Metropolitana de São Demétrio, em Mistrà, o Príncipe Imperial e Real Apostólico Kyr Konstantinos Palaiologos – Dragazès (1405-1453), o Mártir, o Santo, último soberano efetivamente reinante no Sacro Romano Império, de Oriente. Era filho do Megas Basileus Emmanouèl II, Soberano-Associado, 1385-1391, Autokrator, 1391-1425, e da Megas Basilissa Eirênè Dragazès Sebastè, nascida Princesa Dragash, da Macedônia do Norte, filha de Constantino, morto em 1394, e neta do Príncipe Deyan Dragash, falecido em 1379, e da Princesa Eudóxia, regente.

Em memória de Sua morte heróica, a 29.05.1453, o Padischah (Grande Rei) Mehmed Khan II Osman-Oghlou, e todos os Seus sucessores mantiveram acesa uma lâmpada votiva no lugar em que Ele tombou. Esta homenagem manteve-se até a queda do próprio Mehmalik i Osmaniyeh, em 1924.

Foram Seus irmãos, entre outros, Kyr Dêmêtrios II Palaiologos, o Ortodoxo (1406-1470), Chefe da Domus Augusta, 1453-1460, que renunciou à soberania em 30.05.1460, tornando-se, então, Feudatário de Aenos, 1460-1470. E o fidelíssimo Príncipe Kyr Thomas I Palaiologos (1407-1465), cognominado “Animosus et Servator”, Déspota co-Regente da Moréia, 1428-1460, Chefe da Domus Augusta, Megas Basileus e Autokrator, “de iure”, 30.05.1460 a 12.05.1465.

Este último Megas Basileus foi reconhecido Soberano no exílio a 07.02.1461, por bula de S.S. o Papa Pius II e, nesse mesmo ano, distinguido com a Rosa de Ouro. Viveu Seus últimos anos em Roma.

De Seu matrimônio, celebrado em Mistrà, em janeiro de 1430, com a Princesa Real Katharina Zaccaria Asên-Palaioginè, falecida em 1462, nascida Zaccaria-Paleólogo, Tocco-Paleólogo, Le Noir e Asên-Paleólogo, Princesa de Achaia (Acaya), 1430-1460, Despina, Rainha titular da Ásia Menor, e das Ilhas da Costa (de Oenussa, Mármara, Tenedos, Lesbos, Samos, Icária, Kios e Kós), segundo o Privilégio Imperial Latino, dado em maio de 1325, Baronesa de Khalandritza, 1430-1460, e de Arcádia, 1432-1460, nasceram os Príncipes Andreas I, Emmanouèl III (que retornou ao Oriente), Hélênè (Rainha co-Regente da Sérvia, falecida na Ilha de Santa Maura, Leucade, como monja, a 07.11.1473, esposa de Lázaro II Brancovitch, Déspota da Sérvia, falecido em 20.01.1458) e Zoè-Sophia (Grã-Princesa de Moscou, falecida em 1503, esposa de Ivan III Vasilivitch, Grão-Príncipe de Moscou, 1462-1503).

Além destes, houve o Megas Basileus Thomas I um filho reconhecido, o Príncipe Ioannès Thomas, que casou em 1502, ainda na Itália, com a Princesa Maria Phokàs, Duquesa de Colônia, filha-herdeira de Mattaios Phokàs, Duque de Colônia. O filho único deste matrimônio, Príncipe Ricardo, nasceu em Pesaro, em 1503. Tomou o nome da genitora, como era de uso entre os gregos, e passou à Inglaterra, à Corte do Rei Henrique VIII, desposando ali Lady Johanna Dauntsey. Dele procedem os Paleólogos-Colnett, da Ilha de Wight, entre outros.

O primogênito de Kyr Thomas I, Andreas I Palaiologos (1433-1502), viveu em Roma, como Soberano no exílio. Cognominado “o Misericordioso” pela muita caridade que teve para com os gregos exilados. De direito Déspota da Moréia, Megas Basileus, Autokrator, Chefe da Domus Augusta, 1465-1502. Deixou um filho, Príncipe Constantino, e duas filhas, legitimados pelo posterior matrimônio dos pais.

No exercício de Sua Autoridade Soberana, no exílio, Andreas I, à semelhança de Seu Pai, conferia honras e mercês, reconhecidas e confirmadas pela Santa Sé Apostólica de Roma e pelos soberanos reinantes.

Exemplificando: a 31.05.1491, o Megas Basileus Kyr Andreas I concedeu a Pedro Rodrigues do Amaral, a quem fizera Cavaleiro, com muitos privilégios, e Conde Palatino, armas novas: “de vermelho, leão nascente de ouro, coroado do mesmo, empunhando na garra direita uma espada alçada de prata, guarnecida de ouro; chefe cosido do campo, carregado duma águia de duas cabeças de ouro, coroada do mesmo”.

Esta mercê de armas novas foi confirmada por S.S. o Papa Alexandre VI por diploma de 28.11.1494, e por S.M.F. o Rei Dom Manuel I, o Venturoso, de Portugal, por diploma de 30.08.1503. Veja-se a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Volume 2, p. 265, v. Amaral.

Continuava, assim, a Domus Augusta a promover os valores humanos e a distinguir méritos e virtudes, como o faz até hoje, no cumprimento do Ministério Sagrado que Lhe advinha do próprio Deus, Fonte Única de Todo Poder.

Por Eduardo, O.S+G.,
Princeps De Sauto Emmanuelis,
Duque de Abaritana